Nos dias 27 e 28 de abril a nossa orquestra À Base de Corda, sob a
direção artística e regência do maesro João Egashira - se apresenta na
Capela Santa Maria tendo como convidado especial o bandolinista Déo Rian e
realizam um show especialíssimo em homenagem ao centenário de nascimento
do músico e compositor Jacob do Bandolim.
Conheça um pouco da trajetória do grande músico Déo Rian
Déo Rian nasceu no Rio de Janeiro, no
bairro de Jacarepaguá, numa família em que a música sempre esteve presente. Seu
pai cantava, seu tio-avô tocava cavaquinho e os tios de sua mãe, no começo do
século, tocavam bandolim e faziam em casa rodas de choro. Começou a praticar no
cavaquinho aos cinco anos, instrumento que, logo depois, trocaria pelo
bandolim. Aos 15 anos passou a tocar por partitura. Desde muito cedo começou a
freqüentar reuniões de serestas e choro, inclusive as que se realizavam no
Retiro da Velha Guarda, também em Jacarepaguá, onde Pixinguinha e Luperce
Miranda compareciam esporadicamente, e para onde Déo, mais tarde,
levou Jacob do Bandolim.
Em 1961, conheceu Jacob do Bandolim,
seu vizinho em Jacarepaguá, e dele se tornou amigo. Freqüentava assiduamente
sua casa e se tornou merecedor de sua confiança. Exigente ao extremo, com todos
e consigo mesmo, Jacob só permitia que uma pessoa assistisse a seus próprios
ensaios: Déo Rian. Em 1962, com 18 anos, tocou pela primeira vez
como profissional, na Rádio Mau. Fazia parte do Regional de Darly do Pandeiro.
Em 1969, o músico e compositor Dalton
Vogeler ouviu-o tocar e não teve dúvidas de que se tratava de uma revelação no
instrumento. O falecimento de Jacob pouco depois em agosto do mesmo ano fez com
que Dalton se lembrasse de Déo para preencher a vaga deixada por Jacob na RCA
Victor. Lançou, no ano seguinte um LP somente com composições de Ernesto
Nazareth que fez com que o público logo constatasse que, de fato, podia ser
considerado o sucessor do genial Jacob do Bandolim. Aliás, também o sucedeu no
Conjunto Época de Ouro, que Jacob havia formado.
A partir de 1973, Déo participou do
espetáculo “Sarau”, com Paulinho da Viola e em sequência gravou oito
LPs.“ Em 1977 desligou-se do “Época de Ouro”
e formou seu próprio conjunto, o “Noites Cariocas”. Com ele gravou o LP
“Inéditos de Jacob do Bandolim”, em 1980, através do selo Eldorado. Em 1980,
seu LP “Ernesto Nazareth” foi lançado no Japão, abrindo caminho para que para
lá excursionasse, em 1991, com apresentações em Tóquio, Osaka, Kioto, Kobe e
Nagoya, e gravasse o CD “Déo Rian”, com choros e modinhas, acompanhado por
músicos japoneses. Em 1993, gravou o CD “Raphael Rabello e Déo Rian” - BMG
Ariola, apenas com músicas clássicas; em 1994 excursionou ao Chile (Santiago) e
no ano seguinte esteve pela terceira vez em terras japonesas, apresentando-se
em Tóquio, Tsukuba e Yasato. O CD “Choro em Família” (produção independente, depois
relançado pela Kuarup) foi realizado em 1996, com seu filho Bruno Rian, também
bandolinista. Em 2007, gravou o CD “Inéditos de Jacob do Bandolim Vol. II”,
realização do Instituto Jacob do Bandolim.
Com mais de 40 anos de carreira, Déo é
um dos mais respeitados solistas do Brasil. Já se apresentou nas principais
cidades de todas as regiões brasileiras e participou de todos os grandes
projetos musicais do nosso país. “Dono de uma das mais belas sonoridades
de toda a história de nossa música popular”, segundo o historiador e jornalista
Sérgio Cabral (in Jacob do Bandolim, Ermelinda A. Paz, Funarte, 1997, p. 64),
Déo Rian continua a se apresentar - e o fará seguramente por muitos anos ainda
- para gáudio de seus inúmeros admiradores e valorização da música
brasileira.
Orquestra À Base de Corda do Conservatório de MPB
de Curitiba
Mantida pela Fundação Cultural de Curitiba, a
Orquestra à Base de Corda foi criada por Roberto Gnattali em 1998. Dedicada à
pesquisa e à divulgação da música brasileira, possui formação instrumental
ímpar – desde 2001 conta com violino, bandolim, cavaquinho, viola caipira,
violão, violão 7 cordas, piano e percussão – o que confere ao grupo sonoridade
bastante particular. Seu repertório procura abranger diversos períodos da
história da música popular brasileira e inclui composições de seus integrantes.
Os arranjos são especialmente elaborados por músicos da orquestra e por nomes
como Paulo Bellinati, Maurício Carrilho, Leandro Braga, Dante Ozzetti, Jayme
Vignoli, Mario Manga, André Abujamra, Paulo Aragã e Josimar Carneiro. Já teve como
convidados grandes nomes da música popular brasileira como Mônica Salmaso,
Roberto Corrêa, Ceumar, Pedro Amorim, Dominguinhos, Joel Nascimento, Andréa
Ernest Dias, Caíto Marcondes, Maurício Carrilho, Zé Renato, Ná Ozzetti, Renato
Borghetti, André Abujamra, Carlos Malta e Dimos Goudarolis. Entre suas
apresentações mais importantes estão as realizadas nas Oficinas de Música de
Curitiba a partir de 2001. Em 2008 a OABS lançou seu primeiro CD, Antiqüera, ao
lado do violeiro Roberto Corrêa, tendo sido indicado para o Prêmio Rival. Em
2009, ao lado de Roberto Corrêa, a OABC participou da gravação do programa
Instrumental SESC Brasil, em São Paulo. Em 2010 participaram do 8º Festival
Brasil Instrumental de Tatuí e no Acorde Brasileiro em Porto Alegre. Em 2011 dividiram
o palco com Zeca Baleiro na Oficina de Música de Curitiba e em 2012 no
auditório Ibiraquera em São Paulo. A orquestra também participou de diversas
edições do evento anual de Curitiba “Virada Cultural” tendo mais uma vez como
convidados grandes nomes da MPB como Elza Soares, Diogo Nogueira, Paulinho da
Viola e Paulinho Moska. Com o músico, intérprete e compositor Lenine, realizou
em 2015 um espetáculo em Curitiba através de projeto do SESI Música. Em 2017 e
2018 fizeram uma pequena turnê com o artista através do programa Caixa Cultural
em Brasília e no Rio de Janeiro.
Assistente de direção Julião Boemio
Baixo elétrico Wagner Bennert
Piano Fábio Cardoso
Bandolim Renan Bragatto
Violino Helena Bel
Violão Vinicius Chamorro
Violão João Egashira
Cavaquinho Julião Boemio
Viola caipira Junior Bier
Percussão Luis Rolim
Serviço
Orquestra À Base de Corda convida Deo
Rian - Centenário de Jacob do Bandolim
Dia 27 de abril às 20h
Dia 28 de abril às 18h30
Valor: R$30 e R$15
Local: Capela Santa Maria
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